O gerente Comercial e de Novos Negócios da TR, Helder Sousa, afirma que a projeção ainda assim é conservadora, porque existem custos da conta bandeiras que não foram incluídos no cálculo, como o resultado da compra de energia no mercado de curto prazo, o Encargo de Serviços do Sistema e os contratos por disponibilidade das distribuidoras. Sousa destaca que quase 73% de energia do mercado regulado (33 mil MW de um total de 45,5 mil MW em contratos de comercialização) estão sujeitos ao risco hidrológico.
As distribuidoras, daqui a dois meses, não vão conseguir suportar um custo desse para liquidar na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Não vão conseguir continuar adimplentes. E aí, quando há um desequilíbrio econômico financeiro por parte das distribuidoras, existe uma possibilidade muito grande de uma revisão tarifaria extraordinária.
Helder explica que se houver um saldo negativo na casa dos R$ 18 bilhões, para acabar com esse déficit será necessário que todos os consumidores regulados paguem R$ 55 MWh a mais por 12 meses. Segundo Sousa, isso daria um efeito mais ou menos de 12% na tarifa para fechar a conta.
O cálculo da TR Soluções considerou que havia em agosto desse ano um saldo negativo de R$ 1,93 bilhão na conta bandeiras; e que a bandeira foi amarela em setembro, quando o consumidor pagou adicional de R$ 2,00 a cada 100 kWh consumidos, e vermelha patamar 2 em outubro, com cobrança extra de R$ 3,50 kWh. Em novembro foi mantida a bandeira vermelha 2, quando o valor passou para R$ 5,00 a cada 100 kWh, e a tendência é que ela seja mantida em dezembro.
O uso do saldo da Coner, que é estimado em R$ 1 bilhão, foi autorizado na semana passada pela Aneel. Somada à arrecadação das bandeiras, a arrecadação ficaria na faixa de R$ 1,5 bilhão.
Fonte: Canal Energia