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23/02/2024
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01/03/2024
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Informativo Enermerco 2401

O Informativo Enermerco (edição de janeiro) é um compilado das informações mais relevantes do mercado de energia do período, exclusivamente elaborado para o seu acompanhamento mensal.


Mercado de Energia x Tendência do PLD

Na sequência das altas temperaturas de janeiro, o mês de fevereiro fez jus ao verão. O mês foi marcado por dias quentes e de pouca chuva registrada. Em algumas cidades brasileiras, a temperatura ultrapassou facilmente a casa dos 35°C, 36°C, jogando a sensação térmica para patamares acima dos 40°C. Apesar de todo calor, a boa notícia fica para a região Nordeste, que no mês corrente teve excelentes índices de precipitação em várias regiões, trazendo alento para a agricultura, assim como, bons níveis para os reservatórios de água. Muita dessa chuva foi impulsionada pela ação da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), que atuou em grande parte no norte da região nordeste e parte da região norte brasileira. Bacias como a do alto/médio São Francisco, Jequitinhonha e Santa Clara, foram as mais beneficiadas com as precipitações. Fato observado na região, foi a queda de geração eólica, verificada pela ação da ASAS (Alta Subtropical do Atlântico Sul) no leste costeiro do Brasil.

Na região Norte, a volta das chuvas trouxe alento as comunidades e cidades. Após um período de seca histórica, aos poucos, a região retoma seu ciclo de chuvas. Apesar dos volumes registrados serem menores do que das médias históricas, as águas de fevereiro trouxeram alívio para todos os setores, tanto para o setor de comercio quanto para o industrial, e principalmente ao setor energético. Bacias como a do Xingu, Teles Pires, Balbina, Tocantis e Madeira, receberam volumes expressivos de chuva, tanto que, em algumas usinas da região já é projetada o vertimento de seus reservatórios.

Já as regiões Centro-Oeste e Sudeste, passam por períodos mais escassos de chuva. Com precipitações pontuais e desorganizadas pelo mapa. Os volumes registrados nas regiões, apontam apenas para a manutenção dos níveis dos reservatórios. Fato curioso, é que neste mesmo período no ano passado, a região registrava um dos seus melhores níveis históricos fazendo aversão a o que está sendo observado. A famosa expressão “Águas de março” não dará o ar da graça como ao que se espera, frustrando agricultores e principalmente as grandes usinas do setor elétrico.

Finalizando nosso giro pelo país, o Sul registra níveis bem abaixo de suas médias históricas, com números bem parecidos ao do Sudeste. Chuvas pontuais e desorganizadas foram predominantes na região. Um fato interessante ocorrido no alto mar da região, foi a passagem da tempestade tropical Akará, que causou grandes tempestades e formação de ciclones no alto mar, sem prejuízos para as cidades litorâneas.

O valor médio mensal do PLD de janeiro, ficou assim estabelecido:

SE/COSNEN
PLD Médio Mensal61,1461,1461,1461,14

No Sistema Interligado Nacional, apesar de uma quebra na sequência das chuvas, os níveis dos reservatórios se encontram com altos índices de armazenamento. Hoje o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste está com níveis de armazenamento acerca de 64% dos seus reservatórios, o Sul conta com 68%, o Nordeste com 64% e o Subsistema Norte com 51%, ou seja, em números gerais, o Brasil conta com cerca de 71% de sua capacidade total de armazenamento.

Para o mês de fevereiro/2024, assim como de janeiro, a bandeira estabelecida foi a VERDE, com condições favoráveis à geração de energia.

Pierro Campestrini – Diretor da Enermerco

 

Geração e Consumo

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, divulgou no final de setembro, novos comparativos de geração e consumo no SIN – Sistema Interligado Nacional.

O Sistema Interligado Nacional é o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil, sendo um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância de usinas hidrelétricas e com diversos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte.

Em comparação ao mesmo período de 2023, temos acréscimos no consumo e na geração (6,6% e 2,7%, respectivamente):

 

Geração por Fonte de Energia

As fontes de geração, abaixo demonstradas, mostram parte do panorama da produção nacional. Em relação à comparação da geração com o mesmo período do ano anterior, constata-se um aumento maior na geração da energia térmica (20,7%). A geração hidráulica subiu 1,6%.

 

ENA, MLT e Nível dos Reservatórios

No mapa de Energia Natural Afluente do SIN, observamos os percentis da ENA em todos os Submercados. Trata-se de mais um parâmetro de operação do SIN – Sistema Interligado Nacional, que o ONS – Operador Nacional do Sistema, monitora para gerenciar a geração de energia elétrica do país.

Nos gráficos a seguir, temos a ENA acumulada do mês anterior, em cada submercado, culminando no 11º pior histórico:

Fator de Ajuste de MRE

O Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) é um mecanismo financeiro que visa o compartilhamento dos riscos hidrológicos que afetam os agentes de geração, buscando garantir a otimização dos recursos hidrelétricos do Sistema Interligado Nacional (SIN). Para verificar a quantidade de energia produzida em relação à garantia física das usinas pertencentes ao MRE, foi criado o Fator de Ajuste da Garantia Física, ou Generation Scaling Factor – GSF. Ele mede a geração hidráulica em relação à garantia física, cujo cálculo é feito mensalmente pela CCEE.

Em janeiro, atingiu-se uma geração de 87,6% em relação às Garantias Físicas para o ano de 2023:

 

Encargos de Sistema (ESS, ESE, CDE)

Os custos decorrentes da manutenção da confiabilidade e da estabilidade do sistema no atendimento à demanda por energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) são denominados Encargos de Serviço do Sistema (ESS). Estes valores são pagos por todos agentes com medição de consumo registrada na CCEE, na proporção de seu consumo. Os ESS são expressos em R$/MWh.

No mês de janeiro/2024, somando os Encargos de Serviço do Sistema, dentre as Restrições Operativas e as de Segurança Energética, obteve-se um total de, praticamente, R$ 196 milhões. Acompanhe como este resultado se solidificou:

 

Previsão Climatológica Trimestral

Este trimestre, é considerado de transição e caracteriza-se pela proximidade da ZCIT sobre o norte do Brasil. Isto provoca dias mais chuvosos em toda faixa norte do Brasil e mantém a Região Norte com poucas mudanças com relação ao trimestre anterior.

Devido ao posicionamento mais ao sul ZCIT, o setor norte da Região Nordeste experimenta um aumento das chuvas, com máximo durante abril. Por outro lado, as Regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentam uma diminuição gradativa da precipitação já no mês de março.

De modo geral, a Região Sul apresenta pouca mudança no Rio Grande do Sul, enquanto que o Paraná e o leste de Santa Catarina evidenciam redução dos totais pluviométricos em comparação com o trimestre anterior. No final deste trimestre, inicia-se o declínio das temperaturas mínimas na Região Sul do Brasil e das temperaturas máximas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste.

As climatologias de precipitação e temperaturas máxima e mínima, no Brasil, são mostradas a seguir:

Exportação recorde para Argentina e Uruguai gerou benefício de R$ 886 milhões ao Brasil em 2023

Exportação recorde para Argentina e Uruguai gerou benefício de R$ 886 milhões ao Brasil em 2023.

Operação coordenada pela CCEE e ONS diminui custos da geração das hidrelétricas, beneficiando os consumidores brasileiros

O Brasil exportou 843 megawatts médios de energia elétrica para a Argentina e Uruguai em 2023, o maior volume de toda a história do país, segundo estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. A venda gerou um benefício de R$ 886 milhões para o país. O recurso ajuda a diminuir o custo de produção nas hidrelétricas e consequentemente reduzem impactos na tarifa dos consumidores brasileiros.

A negociação com os países vizinhos foi favorecida pela implantação do procedimento competitivo para a Exportação de Vertimento Turbinável – EVT, uma operação coordenada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE e o Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, com aval do Ministério de Minas e Energia – MME.

“A demanda dos mercados argentino e uruguaio combinou com um cenário bastante positivo para o Brasil, com reservatórios que se recuperaram no período úmido. Conseguimos otimizar o uso da água, convertendo um recurso hídrico que passaria pelo vertedouro das usinas sem gerar nada em vantagens para a sociedade”, diz Alexandre Ramos, presidente do Conselho de Administração da CCEE.

O EVT comercializa energia elétrica produzida a partir da água que seria liberada pelas comportas dos geradores hídricos, um procedimento comum em cenários hidrológicos favoráveis, como o atual. A operação foi lançada em outubro de 2022, com base na Portaria Normativa nº 49/2022 do MME.

UHEs e renováveis levam a menor taxa de emissão de CO2 na geração desde 2012

Interligações ao SIN também contribuíram para queda no índice medido em toneladas por MWh

O Sistema Interligado Nacional registrou em 2023, uma emissão de 38,5 kg de CO2 a cada MWh gerado. Trata-se da menor taxa desde 2012, segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com base em dados acumulados até novembro. A entrada de fontes limpas de geração de energia elétrica no SIN, o cenário hídrico bastante favorável e as ações do Ministério de Minas e Energia para reduzir a geração de energia elétrica a partir de óleo diesel contribuíram para essa baixa na emissão de CO2 em 2023, destacou o MME em comunicado.

No SIN, as UHEs representaram cerca de 70% de toda a geração verificada de energia elétrica. Foram 561.583 GWh, de janeiro a novembro de 2023, enquanto a energia eólica representou 15% do referido total, segundo os dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

Em 2023, o Brasil expandiu a capacidade instalada de geração de energia elétrica em quase 20 GW, incluindo a geração distribuída, com destaque para a geração de fonte solar e fonte eólica, que representaram 69% e 25% do total dessa expansão.

Essas três principais fontes de geração de energia elétrica no Brasil reduzem a necessidade de geração de fonte térmica fóssil, que causa forte emissão de CO2. No entanto, observa o MME, as termelétricas continuam sendo necessárias para garantir a segurança eletroenergética do sistema.

A interligação de sistemas isolados ao SIN também teve uma contribuição para a diminuição do uso de fontes fósseis no país. Em 2023, os municípios de Parintins e Itacoatiara, no estado do Amazonas, e Juruti, no Pará, receberam linhas de transmissão que inseriram essas localidades no SIN, proporcionando qualidade e segurança do suprimento de energia elétrica para essas populações.

A interligação reduz a geração à óleo diesel e a emissão de CO2 na atmosfera. Uma das vantagens é a diminuição dos gastos com a Conta de Consumo de Combustíveis, encargo pago por todos os consumidores de energia elétrica. Em 2023, o Brasil economizou R$1,3 bilhão com CCC, que chegou ao patamar de R$ 11,6 bilhões, volume menor do que era esperado pela Aneel para o ano. O valor alcançado no ano passado também representa uma queda em comparação com montante atingido em 2022, de R$ 12,9 bilhões.

Migrações ao ACL sobem para mais de 16,7 mil

Volume de adesões sobe 2.168 em um mês na comparação a dezembro, apontam dados atualizados pela Aneel

Mais de 16.791 empresas já informaram às distribuidoras que vão migrar para o mercado livre de energia elétrica em 2024 e 2025. Os dados constam na base atualizada pela Aneel copilados pela Abraceel. Desse total, quase 15.878 unidades consumidoras (94%) são de consumidores de menor porte, com demanda menor de 500 kW, beneficiadas pela Portaria 50/2022. O volume de entrantes em 2024 quadruplicou em relação a média mensal do ano anterior.

O chamado Grupo A possui aproximadamente 202 mil unidades consumidoras, principalmente empresas, que recebem energia em média e alta tensão. Dessas, mais de 38 mil já estão no mercado livre de energia, de forma que o potencial de migração é de aproximadamente 164 mil unidades consumidoras a partir de 2024.

Já aqueles em baixa tensão, inseridos no Grupo B, somam 89 milhões, e seguem sem autorização para escolher o fornecedor de energia elétrica. No mundo, 35 países têm o mercado livre de energia acessível a todos consumidores.

Governo quer usar Luz Para Todos como referência para auxiliar inclusão energética mundial

Programa em Brasília terá investimentos de R$ 2,5 bilhões em 2024

O governo brasileiro quer usar o modelo do programa Luz Para Todos como referência para auxiliar outros países na inclusão energética.

A ideia está no plano de transição energética, assinado nesta quarta-feira (31), com a Agência Internacional de Energia (IEA).

Durante cerimônia de assinatura do plano, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o Brasil tem potencial para ajudar outros países no combate à pobreza energética.

De acordo com Silveira, o governo brasileiro ainda entrou em contato com a Organização das Nações Unidas para tratar sobre o assunto.

“Com a nossa experiência, podemos ajudar as demais nações, para além da questão da transição energética, a combaterem a pobreza energética, se espelhando no nosso Luz para Todos”, afirmou.

Segundo o ministro, o Brasil recebeu um convite da ex-presidente Dilma Rousseff, que compõe o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), para auxiliar países africanos.

Durante o evento desta quarta, Silveira ainda disse que o programa Luz Para Todos deve ser finalizado até 2026, último ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para 2024, o Executivo prevê investir R$ 2,5 bilhões no programa. Os recursos serão financiados pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Criado em 2003, o Luz Para Todos tem o objetivo de conceder o acesso à energia elétrica às residências rurais e urbanas que não possuem acesso ao serviço público de distribuição de energia.

Sistema nacional de energia registrou consumo recorde de 101.860 GW na quinta-feira (07/02)

92,4% do fornecimento veio por fontes renováveis

O Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou recorde de consumo de 101.860 megawatt (MW) em fevereiro, informou o governo neste sábado (10). O pico de consumo de energia ocorreu às 14:15 de quinta-feira (7).

Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), 92,4% do fornecimento de energia elétrica veio por fontes renováveis. Só a Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará, foi responsável por 10% da carga.

Fontes: AGENCIA SENADO – ANEEL – ABRAPCH – CANAL NEGÓCIOS – CANAL ENERGIA –  CNN – ESTADÃO – EXAME – FOLHA – GAZETA DO POVO – OCESC – INFOCLIMA – ONS – MME – NSC TOTAL – PORTAL G1 – PORTAL GLOBO.COM – REVISTA VEJA – VALOR ECONÔMICO

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