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Informativo Enermerco 2504

O Informativo Enermerco (edição de maio) é um compilado das informações mais relevantes do mercado de energia do período, exclusivamente elaborado para o seu acompanhamento mensal.


Mercado de Energia x Tendência do PLD

Durante o mês de abril de 2025, a região Sul do Brasil apresentou uma distribuição de chuvas variada, com algumas áreas recebendo precipitações acima da média e outras com chuvas abaixo do esperado. As principais concentrações de precipitação ocorreram nas áreas costeiras, especialmente no leste de Santa Catarina e no Leste do Rio Grande do Sul. Já nas regiões mais a Oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, as chuvas foram irregulares, ocasionando racionamento no abastecimento de água em diversos municípios. Essa irregularidade nas precipitações, somada à falta de chuvas em algumas áreas, resultou no encarecimento da valoração da energia, tanto no curto quanto no longo prazo. Para o mês de maio, são esperados volumes de chuvas mais expressivos para toda a região, além de uma queda nas temperaturas.

Na região Sudeste, o mês de abril foi marcado por chuvas de forma intermitente, om destaque para o aumento da umidade atmosférica e a ocorrência de chuvas isoladas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. No entanto, as precipitações não foram suficientes para uma distribuição equilibrada. As áreas mais afetadas por déficit hídrico foram o interior de São Paulo e o Centro-Oeste, prejudicando o regime hídrico e a geração de energia. A irregularidade nas chuvas causou desafios na geração de energia, com a necessidade de maior acionamento das termelétricas, o que resultou em aumento no custo da energia elétrica, tanto no mercado de curto quanto no longo prazo. Para maio de 2025, espera-se que as condições climáticas mudem com uma maior regularidade nas chuvas e uma queda nas temperaturas.

As chuvas na região Norte foram irregulares, com registros acima da média no norte do Amazonas e em partes do Pará, mas com secas mais intensas no centro e oeste da região. No Nordeste, a situação foi variada: enquanto Maranhão e Piauí receberam precipitações dentro da média, outros estados, como Ceará e Bahia, enfrentaram déficit hídrico, o que afetou principalmente a agricultura e o abastecimento de água em algumas localidades. A falta de chuvas no interior do Nordeste causou danos a cultivos agrícolas, como feijão e milho. Além disso, a irregularidade das chuvas afetou a geração de energia, já que muitas regiões dependem de hidrelétricas, e a escassez de água nos reservatórios impactou o fornecimento de energia. Maio trará uma recuperação nas chuvas, com volumes acima da média nas áreas centrais do Amazonas, no Acre e nas regiões do nordeste da Bahia e Pernambuco. As chuvas deverão se concentrar mais no interior da região Norte e no norte da região Nordeste, beneficiando o regime de água dos rios e a agricultura. om o aumento da precipitação, espera-se uma recuperação dos níveis dos reservatórios de energia, o que pode aliviar a necessidade de termelétricas.

No Sistema Interligado Nacional, com a irregularidade na sequência das chuvas, os níveis dos reservatórios se encontram com níveis distintos de armazenamento. Hoje o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste está com acerca de 70% dos seus reservatórios, o Sul conta com 37%, o Nordeste com 75% e o Subsistema Norte com 98%, ou seja, em números gerais, o Brasil conta com cerca de 70% de sua capacidade total de armazenamento.

Com a entrada oficial do Preço da Liquidação das Diferenças – PLD ocorrida no dia 1º de fevereiro de 2021, com granularidade horária, a publicação do PLD é realizada todos os dias pela CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, com vigência para o dia subsequente (por hora e submercado). Para a obtenção de uma maior granularidade na formação do PLD, foi adicionado à cadeia de modelos computacionais NEWAVE e DECOMP, o modelo DESSEM.

Assim, o valor médio mensal de abril, ficou assim estabelecido:

SE/COSNEN
PLD Médio Mensal202,18202,98107,28107,27

Os principais fatores responsáveis pela variação na função de custo futuro do modelo DECOMP estão atreladas, entre outros fatores, à previsão de afluências e demanda no Sistema Interligado Nacional – SIN, que corresponde à estimativa do volume de água que deverá chegar aos reservatórios.

Para o mês de maio/2025, a bandeira estabelecida foi a AMARELA, devido a redução das chuvas em razão da transição do período chuvoso para o período seco do ano.  As previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios para os próximos meses ficaram abaixo da média. 

Criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como uma sinalização para que o consumidor de energia elétrica conheça, mês a mês, as condições e os custos de geração no País. Quando a produção nas usinas hidrelétricas (energia mais barata) está favorável, aciona-se a bandeira verde, sem acréscimos na tarifa. Em condições ruins, podem ser acionadas as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2. 

Pierro Campestrini – Diretor da Enermerco

 

Geração e Consumo

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, divulgou no final de setembro, novos comparativos de geração e consumo no SIN – Sistema Interligado Nacional.

O Sistema Interligado Nacional é o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil, sendo um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância de usinas hidrelétricas e com diversos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte. Em comparação ao mesmo período de 2024, temos leves decréscimos no consumo e na geração (-3,6% e -2,1%, respectivamente):

 

Geração por Fonte de Energia

As fontes de geração, abaixo demonstradas, mostram parte do panorama da produção nacional. Em relação à comparação da geração com o mesmo período do ano anterior, constata-se um aumento maior na geração da energia eólica (21,4%). A geração térmica caiu: -3,2%.

 

ENA, MLT e Nível dos Reservatórios

No mapa de Energia Natural Afluente do SIN, observamos os percentis da ENA em todos os Submercados. Trata-se de mais um parâmetro de operação do SIN – Sistema Interligado Nacional, que o ONS – Operador Nacional do Sistema, monitora para gerenciar a geração de energia elétrica do país.

Nos gráficos a seguir, temos a ENA acumulada do mês anterior, em cada submercado, culminando no 14º pior histórico:

Fator de Ajuste de MRE

O Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) é um mecanismo financeiro que visa o compartilhamento dos riscos hidrológicos que afetam os agentes de geração, buscando garantir a otimização dos recursos hidrelétricos do Sistema Interligado Nacional (SIN). Para verificar a quantidade de energia produzida em relação à garantia física das usinas pertencentes ao MRE, foi criado o Fator de Ajuste da Garantia Física, ou Generation Scaling Factor – GSF. Ele mede a geração hidráulica em relação à garantia física, cujo cálculo é feito mensalmente pela CCEE. Em abril, atingiu-se uma geração de 99,1% em relação às Garantias Físicas para o ano

Em novembro, atingiu-se uma geração de 79,7% em relação às Garantias Físicas para o ano de 2024:

 

Encargos de Sistema (ESS, ESE, CDE)

Os custos decorrentes da manutenção da confiabilidade e da estabilidade do sistema no atendimento à demanda por energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) são denominados Encargos de Serviço do Sistema (ESS). Estes valores são pagos por todos agentes com medição de consumo registrada na CCEE, na proporção de seu consumo. Os ESS são expressos em R$/MWh.

No mês de abril/2025, somando os Encargos de Serviço do Sistema, dentre as Restrições Operativas e as de Segurança Energética, obteve-se um total de 7,9 milhões. Acompanhe como este resultado se solidificou:

 

Previsão Climatológica Trimestral

Na Região Norte, os totais acumulados de precipitação ainda podem atingir valores em torno de 1000 mm no extremo norte do Amazonas e no norte de Roraima.

Neste trimestre, a costa leste do Nordeste ainda se encontra no período mais chuvoso do ano, com totais acumulados de precipitação que podem exceder 700 mm entre o litoral do Rio Grande do Norte e Alagoas. Os principais sistemas meteorológicos responsáveis pelas chuvas mais intensas no norte da Região Norte e no leste da Região Nordeste são a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e os Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL), respectivamente.

Na Região Sul, os totais de chuva ainda podem exceder 500 mm no interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As chuvas são mais escassas no interior do Brasil, em particular no semi-árido nordestino e no norte de Minas Gerais, onde a média histórica de precipitação no trimestre é inferior a 25 mm.

A entrada de massas de ar frio aumenta no início deste trimestre, favorecendo declínios significativos de temperatura e ocorrência de geadas, principalmente nas regiões serranas, onde as temperaturas mínimas costumam ser inferiores a 6ºC. As máximas tornam-se mais amenas em todo o Brasil, variando entre 30ºC e 34ºC no centro-norte do País. As climatologias de precipitação e temperaturas máxima e mínima, no Brasil, no Brasil, são mostradas a seguir:

Mês de maio tem bandeira amarela acionada

Redução de chuvas na transição para período seco do ano alteram a bandeira para o mês de maio

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou no final de abril, que a bandeira tarifária para maio de 2025 será amarela. Isso significa que os consumidores de energia elétrica terão custo de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. O anúncio ocorreu devido a redução das chuvas em razão da transição do período chuvoso para o período seco do ano.  As previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios para os próximos meses ficaram abaixo da média. 

Desde dezembro de 2024, a bandeira tarifária permanecia verde, refletindo as condições favoráveis de geração de energia no País. Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidroelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara. 

Implementado pela ANEEL em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias é uma ferramenta essencial de transparência, permitindo que os consumidores acompanhem, mês a mês, as condições de geração de energia no País.  Com o acionamento da bandeira amarela, a ANEEL reforça que é crucial manter bons hábitos de consumo para evitar desperdícios e contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico.

Brasil supera a marca de 210 GW instalados

Expansão de 2025 chegou a 1,9 GW em abril, com 49 novas usinas

O Brasil ultrapassou em abril a marca de 210 gigawatts (GW) em potência fiscalizada de energia elétrica, com mais de 24 mil usinas em operação comercial. Os dados fazem parte do Sistema de Informações de Geração da ANEEL (SIGA), disponível no portal da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). 

Mais da metade da geração de energia elétrica no país vem da força dos rios, com 103,2 GW oferecidos por usina hidrelétricas (48,76% do total), 5,89 GW provenientes de pequenas centrais hidrelétricas (2,80%) e 874,02 megawatts (MW) de centrais geradoras hidrelétricas (0,41%). As usinas termelétricas respondem por 47,07 GW de potência instalada (22,82% do total); as eólicas, por 33,74 GW (15,91%0; as solares centralizados, por 17,67 GW (8,37%); e as usinas nucleares, por 1,99 GW (0,94%). 

A matriz elétrica brasileira cresceu 1.916,08 MW de janeiro a abril. Novos geradores em oito usinas passaram a operar comercialmente em abril, totalizando 141,09 MW de potência: seis eólicas na Bahia (85,50 MW), a usina termelétrica a biomassa Codora, em Goiás (50,00 MW) e a Pequena Central Hidrelétrica Boa Vista, em Santa Catarina (5,60 MW).  Os quatro primeiros meses do ano contabilizaram 49 novas usinas em 11 estados nas cinco regiões do país. O Mato Grosso do Sul apresenta a maior expansão no período, com 437,13 MW, seguido da Bahia, com 428,70 MW. Considerando apenas o mês de abril, a Bahia foi o estado com maior crescimento da potência instalada, com 85,50 MW decorrentes da entrada em operação de seis eólicas. Goiás ficou em segundo lugar, com o início da operação da UTE Codora (50,00 MW).

Mais de 85% da geração de energia no Brasil é renovável

De acordo com o Sistema de Informações de Geração da ANEEL, o SIGA, atualizado diariamente com dados de usinas em operação e de empreendimentos outorgados em fase de construção, 85,06% das usinas são consideradas renováveis. 

Uma abordagem mais detalhada do crescimento da oferta centralizada de energia elétrica pode ser encontrada no painel RALIE, que reúne informações sobre a expansão da matriz elétrica. Com formato intuitivo, a ferramenta amplia o acesso aos dados de fiscalização de novas usinas em implantação e facilita o acompanhamento da expansão da oferta de geração de acordo com o ano, região, tipo de fonte de energia, entre outros filtros. Os objetivos são aprimorar a interatividade e fornecer mais informações sobre obras de geração.

As informações do painel são atualizadas mensalmente baseadas nas inspeções in loco nas obras das centrais geradoras e nos dados disponibilizados no Relatório de Acompanhamento de Empreendimentos de Geração de Energia Elétrica (Rapeel), que conta com a contribuição das empresas fiscalizadas para uma análise minuciosa da equipe de monitoramento. 

Em quatro meses, micro e minigeração distribuída cresce 2,8 GW no Brasil

Mais de 50 mil novos sistemas foram instalados em abril, com acréscimo de 524,50 MW

De janeiro a abril de 2025, mais de 258 mil consumidores começaram a usar sistemas de micro e minigeração distribuída (MMGD) no país, o que resultou em um acréscimo de potência de 2,86 gigawatts (GW).

Os sistemas instalados no primeiro quadrimestre de 2025 passaram a gerar créditos para 393 mil imóveis – entre casas, comércios, fazendas e outros. Os dados constam do painel interativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), mantido a partir de informações enviadas pelas distribuidoras de energia*. Com a MMGD, o consumidor gera energia elétrica, a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada, e injeta na rede de distribuição a energia não utilizada, recebendo créditos para usar nos momentos em que não está gerando, por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE).

Mais de 50 mil usinas de MMGD foram instaladas em abril, reunindo uma potência de 524,50 megawatts (MW). Começaram a funcionar no mês 50.655 usinas solares fotovoltaicas e uma usina termelétrica a biogás, localizada em Inhumas/GO.

São Paulo foi o estado que se destacou de janeiro a abril, tanto em número de sistemas instalados quanto em potência: 46 mil usinas começaram a operar, totalizando 405 MW. Minas Gerais foi o segundo estado em expansão de potência em MMGD no mesmo período, com 270 MW e 24 mil novas instalações, seguido do Mato Grosso, com 262 MW e 19 mil instalações.

Potência de MMGD no Brasil é de 39,2 GW

Segundo a ANEEL (dados de 14/05/2025, 11h30), o Brasil contava, até 30 de abril, com 3,47 milhões de sistemas conectados à rede de distribuição de energia elétrica, reunindo potência instalada próxima de 39,22 GW.

Os consumidores residenciais respondem por aproximadamente 80% das usinas em operação (2,8 milhões), o comércio representa 10% das usinas (346,93 mil), e a classe rural responde por 8,59% das usinas em operação (298,24 mil).

Por que a ANEEL não soma as potências de geração centralizada e de MMGD?

Porque a energia elétrica produzida é utilizada de modo diferente. No caso da geração centralizada, aquela das grandes usinas em operação comercial, a energia elétrica gerada é comercializada no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), tanto no ambiente de comercialização regulada (ACR), com preços regulados, como no ambiente de comercialização livre (ACL), considerando inclusive grandes Autoprodutores de Energia Elétrica (APE).

Por outro lado, a energia elétrica produzida pelos sistemas de MMGD é utilizada prioritariamente pelos consumidores proprietários desses sistemas e por outras unidades consumidoras relacionadas a eles, que recebem os créditos pelo excedente dessa geração, na forma de abatimento na fatura de energia elétrica (conta de luz). * As informações para esta nota foram coletadas do painel interativo no dia 14/05/2025 às 11h30. Os números de MMGD são atualizados no painel em tempo real e uma nova consulta possivelmente apresentará variações

Fontes: AGENCIA SENADO – ANEEL – ABRAPCH – CANAL NEGÓCIOS – CANAL ENERGIA –  CNN – ESTADÃO – EXAME – FOLHA – GAZETA DO POVO – OCESC – INFOCLIMA – ONS – MME – NSC TOTAL – PORTAL G1 – PORTAL GLOBO.COM – REVISTA VEJA – VALOR ECONÔMICO