O Informativo Enermerco (edição de setembro) é um compilado das informações mais relevantes do mercado de energia do período, exclusivamente elaborado para o seu acompanhamento mensal.
O Brasil, com sua vasta extensão territorial, apresenta uma diversidade climática significativa, que varia conforme a região. Em setembro, diferentes partes do país enfrentaram condições climáticas distintas, especialmente no que diz respeito a chuvas e queimadas.
A Região Sul, geralmente experimenta um clima mais ameno nesta época do ano. Em setembro, o início da primavera traz chuvas esparsas, mas o fenômeno de queimadas é menos frequente. No entanto, em algumas áreas, o acúmulo de materiais orgânicos secos pode ter contribuído para pequenos focos de incêndio. A região registrou eventos de chuva com acúmulos de 30mm a 60mm no mês.
No Sudeste as temperaturas começaram a subir, com máximas superando a casa dos 30°C dependendo da localidade. A Chuva do sudeste foi bem esparsa, com alguns pontos de precipitação mal distribuídos. A Pratica de queimadas aumentou, especialmente em áreas rurais, devido à seca que persiste em várias partes da região. Já no Centro-Oeste, o cenário é mais alarmante, com temperaturas acima da casa dos 40° em algumas cidades. Algumas regiões registram mais de 150 dias sem chuva, prejudicando a qualidade do ar e aumentando consideravelmente os pontos de queimadas.
O Norte sofre com a falta da chuva e consequentemente com as queimadas. As altas temperaturas registradas na região colaboram para o clima seco e árido, fazendo com que os principais rios da região fiquem abaixo de seu nível de navegação e abastecimento da população.
Apesar das chuvas nas regiões litorâneas, o interior da região Nordeste é castigado pelo clima árido, fazendo com que os seus principais reservatórios fiquem próximos aos níveis de risco.
A gestão dos reservatórios é fundamental para garantir a segurança energética do país, especialmente em períodos de seca. Com a chegada da primavera, espera-se que as chuvas ajudem a melhorar os níveis em diversas regiões, mas a monitorização contínua e ações de conservação de água são essenciais para lidar com os desafios climáticos. Os reservatórios do SIN se encontram hoje com 52,2% de sua capacidade total.
Abaixo o valor médio mensal de agosto:
SE/CO | S | NE | N | |
PLD Médio Mensal | 118,79 | 118,79 | 103,82 | 118,80 |
Para o mês de setembro/2024, a bandeira estabelecida é VERMELHA PATAMAR I.
Criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como uma sinalização para que o consumidor de energia elétrica conheça, mês a mês, as condições e os custos de geração no País. Quando a produção nas usinas hidrelétricas (energia mais barata) está favorável, aciona-se a bandeira verde, sem acréscimos na tarifa. Em condições ruins, podem ser acionadas as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2.
Pierro Campestrini – Diretor da Enermerco
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, divulgou no final de setembro, novos comparativos de geração e consumo no SIN – Sistema Interligado Nacional.
O Sistema Interligado Nacional é o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil, sendo um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância de usinas hidrelétricas e com diversos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte.
Em comparação ao mesmo período de 2023, temos acréscimos no consumo e na geração (3,1% e 3,4%, respectivamente):
As fontes de geração, abaixo demonstradas, mostram parte do panorama da produção nacional. Em relação à comparação da geração com o mesmo período do ano anterior, constata-se um aumento maior na geração da energia eólica (29%). A geração hidráulica caiu consideravelmente: -10%.
No mapa de Energia Natural Afluente do SIN, observamos os percentis da ENA em todos os Submercados. Trata-se de mais um parâmetro de operação do SIN – Sistema Interligado Nacional, que o ONS – Operador Nacional do Sistema, monitora para gerenciar a geração de energia elétrica do país.
Nos gráficos a seguir, temos a ENA acumulada do mês anterior, em cada submercado, culminando no 2º pior histórico:
O Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) é um mecanismo financeiro que visa o compartilhamento dos riscos hidrológicos que afetam os agentes de geração, buscando garantir a otimização dos recursos hidrelétricos do Sistema Interligado Nacional (SIN). Para verificar a quantidade de energia produzida em relação à garantia física das usinas pertencentes ao MRE, foi criado o Fator de Ajuste da Garantia Física, ou Generation Scaling Factor – GSF. Ele mede a geração hidráulica em relação à garantia física, cujo cálculo é feito mensalmente pela CCEE.
Em agosto, atingiu-se uma geração de 80,2% em relação às Garantias Físicas para o ano de 2024:
Os custos decorrentes da manutenção da confiabilidade e da estabilidade do sistema no atendimento à demanda por energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) são denominados Encargos de Serviço do Sistema (ESS). Estes valores são pagos por todos agentes com medição de consumo registrada na CCEE, na proporção de seu consumo. Os ESS são expressos em R$/MWh.
No mês de agosto/2024, somando os Encargos de Serviço do Sistema, dentre as Restrições Operativas e as de Segurança Energética, obteve-se um total de 481 milhões. Acompanhe como este resultado se solidificou:
Neste trimestre ocorre o início do período chuvoso no centro-sul da Região Norte e na Região Centro-Oeste, com totais acumulados que podem atingir valores entre 500 mm e 800 mm no oeste do Amazonas. No sul da Amazônia, os índices mais significativos ocorrem a partir da segunda quinzena de outubro. Ressaltam-se os baixos índices de umidade relativa do ar que podem ocorrer em situações de estiagem. Comportamento similar pode ser notado na Região Sudeste, onde também ocorre o aumento gradual das chuvas e os valores trimestrais podem variar entre 300 mm e 400 mm.
No norte da Região Nordeste, os valores de precipitação costumam ser inferiores a 200 mm, com destaque para o norte do Piauí e noroeste do Ceará, onde as chuvas são mais escassas. Na maior parte da Região Sul, as chuvas estão associadas à passagem de frentes frias e ao início da atuação dos complexos convectivos de mesoescala – nuvens intensas, com grande extensão vertical, que causam trovoadas e rajadas de vento. Nessa Região, os totais variam entre 300 mm e 700 mm.
No decorrer deste trimestre, verifica-se uma diminuição da incursão de massas de ar frio nas Regiões Sul e Sudeste. Contudo, ainda pode ocorrer acentuado declínio de temperatura mínima nas áreas serranas da Região Sul, com valores médios trimestrais variando entre 8°C e 18ºC. As climatologias de precipitação e temperaturas máxima e mínima, no Brasil, são mostradas a seguir:
Novas tarifas estarão vigentes a partir do próximo dia 22 de agosto
Na terça-feira (20/08), a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL aprovou o reajuste tarifário anual da Celesc Distribuição S.A – Celesc.
Os consumidores catarinenses perceberão em seus custos um impacto médio de 3,02%, sendo esse um aumento de mais de 4,00% para consumidores de baixa tensão e de 0,75% para aqueles conectados em alta tensão.
O reajuste que entrará em vigor a partir da próxima quinta-feira (22) reflete aumento nos custos de energia, distribuição e encargos setoriais.
Órgão também reduziu sua projeção para as chuvas que devem chegar neste mês às usinas
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) elevou sua previsão para a carga nacional de energia em agosto, esperando agora um crescimento de 4,3% no comparativo anual, a 76.173 megawatts médios, ante 3,7% previstos na semana anterior.
Em boletim divulgado nesta sexta-feira (23), o órgão também reduziu sua projeção para as chuvas que devem chegar neste mês às usinas hidrelétricas do Sul (62% da média histórica, ante 73% da semana anterior).
Com Home Backup Power, veículo funciona como grande powerbank, abastecendo uma residência com eletricidade por dias
A Ford F-150 é um ícone no mundo das picapes. A versão 100% elétrica dessa picape, a Lightning, ainda não é oferecida ao público brasileiro — mas a Ford estuda essa possibilidade. Além das funcionalidades convencionais, a F-150 Lightning traz o Ford Home Backup Power, que permite que o veículo seja capaz de abastecer uma casa em que tenha faltado energia.
Segundo a Ford, a F-150 Lightning com bateria de alcance estendido (opcional em algumas versões e inclusa em outras) é capaz de fornecer energia a uma casa por três dias — ou até dez, caso o uso seja feito com racionamento.
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira ainda defendeu que Brasil deve avançar na utilização de recursos hídricos para geração de energia
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou nesta terça-feira (3) a possibilidade de o país sofrer uma crise energética como a vista em 2021. Naquele ano, o país registrou um desequilíbrio no setor em decorrência da seca.
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“Estamos tendo esse cuidado de nos adiantar, e com isso tenho absoluta convicção que nós não atravessaremos em 2025 o que aconteceu em 2021. Por falta de planejamento, estivemos à beira de um colapso energético no Brasil”, disse o ministro.
Microalgas já era usadas para essa finalidade e são mais fáceis de trabalhar, dizem pesquisadores chilenos
Algas marinhas verdes e cheias de lodo flutuam em frascos, baldes e recipientes cheios de água nos laboratórios da Universidade de Santiago. Os cientistas na capital chilena estão tentando transformá-las em uma fonte eficiente de energia.
Seu campo de estudo é a biofotovoltaica, que utiliza um organismo fotossintético, como as algas marinhas, para converter luz em energia elétrica. Os cientistas espalham as algas sobre eletrodos em painéis biofotovoltaicos, semelhantes aos solares.
“As algas usam a luz para oxidar a água e, nesse processo, liberam elétrons”, disse o líder do projeto, Federico Tasca, acrescentando que esses elétrons podem ser captados em circuitos elétricos, com o oxigênio liberado no processo como um benefício adicional.
Foi determinada a realização de fiscalização extraordinária no ONS e CCEE para avaliação processo de definição das bandeiras tarifárias
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) informou na quarta-feira (04/09) o acionamento da bandeira vermelha patamar 1 para os consumidores do País. A redução do patamar da bandeira vermelha ocorre após a correção de informações do Programa Mensal de Operação (PMO) de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Diante dessa alteração, a ANEEL solicitou para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) avaliação das informações e recálculo dos dados, o que indicou o acionamento da bandeira vermelha patamar 1. Nesse patamar serão cobrados R$ 4,463 para cada 100 quilowatt-hora consumidos.
Além disso, a diretoria da ANEEL definiu que serão instaurados processos de fiscalização para auditar os procedimentos dos agentes envolvidos na definição da PMO e cálculo das bandeiras.
Importante esclarecer os consumidores que a mudança é válida a partir de 1° de setembro. Para as contas que já foram faturadas, a devolução será feita até o segundo ciclo posterior à constatação do ajuste, conforme disposto no artigo 323, parágrafo 3° da Resolução Normativa 1000 que trata dos direitos e deveres dos consumidores.
Fontes: AGENCIA SENADO – ANEEL – ABRAPCH – CANAL NEGÓCIOS – CANAL ENERGIA – CNN – ESTADÃO – EXAME – FOLHA – GAZETA DO POVO – OCESC – INFOCLIMA – ONS – MME – NSC TOTAL – PORTAL G1 – PORTAL GLOBO.COM – REVISTA VEJA – VALOR ECONÔMICO
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