O Informativo Enermerco (edição de julho) é um compilado das informações mais relevantes do mercado de energia do período, exclusivamente elaborado para o seu acompanhamento mensal.
O clima no Brasil em julho de 2024, apresentou características distintas em cada região:
Em resumo, julho de 2024 foi um mês com temperaturas predominantemente acima da média em todo o Brasil, e chuvas concentradas principalmente nas regiões litorâneas e sul, enquanto o interior do país enfrentou um período seco.
Os níveis dos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) mantêm-se em bons níveis, apesar das afluências abaixo da média em algumas regiões. Até agosto de 2024, as condições de armazenamento mostram estabilidade, com todos os submercados operando acima de 65% de sua capacidade.
Assim, o valor médio mensal de junho, ficou assim estabelecido:
SE/CO | S | NE | N | |
PLD Médio Mensal | 66,41 | 66,40 | 66,40 | 66,41 |
Os principais fatores responsáveis pela variação na função de custo futuro do modelo DECOMP estão atreladas, entre outros fatores, à previsão de afluências e demanda no Sistema Interligado Nacional – SIN, que corresponde à estimativa do volume de água que deverá chegar aos reservatórios.
Para o mês de julho/2024, a bandeira estabelecida foi a AMARELA, com condições menos favoráveis à geração de energia. Até junho, tínhamos a bandeira verde. Mas a previsão de escassez de chuvas e inverno com temperaturas mais altas motivam acionamento de térmicas, impactando os custos da operação do sistema elétrico.
Criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias funciona como uma sinalização para que o consumidor de energia elétrica conheça, mês a mês, as condições e os custos de geração no País. Quando a produção nas usinas hidrelétricas (energia mais barata) está favorável, aciona-se a bandeira verde, sem acréscimos na tarifa. Em condições ruins, podem ser acionadas as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2.
Pierro Campestrini – Diretor da Enermerco
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, divulgou no final de setembro, novos comparativos de geração e consumo no SIN – Sistema Interligado Nacional.
O Sistema Interligado Nacional é o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil, sendo um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância de usinas hidrelétricas e com diversos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte.
Em comparação ao mesmo período de 2023, temos acréscimos no consumo e na geração (5% e 4,4%, respectivamente):
As fontes de geração, abaixo demonstradas, mostram parte do panorama da produção nacional. Em relação à comparação da geração com o mesmo período do ano anterior, constata-se um aumento maior na geração da energia éolica (19%). A geração hidráulica caiu 1,0%.
No mapa de Energia Natural Afluente do SIN, observamos os percentis da ENA em todos os Submercados. Trata-se de mais um parâmetro de operação do SIN – Sistema Interligado Nacional, que o ONS – Operador Nacional do Sistema, monitora para gerenciar a geração de energia elétrica do país.
Nos gráficos a seguir, temos a ENA acumulada do mês anterior, em cada submercado, culminando no 2º pior histórico:
O Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) é um mecanismo financeiro que visa o compartilhamento dos riscos hidrológicos que afetam os agentes de geração, buscando garantir a otimização dos recursos hidrelétricos do Sistema Interligado Nacional (SIN). Para verificar a quantidade de energia produzida em relação à garantia física das usinas pertencentes ao MRE, foi criado o Fator de Ajuste da Garantia Física, ou Generation Scaling Factor – GSF. Ele mede a geração hidráulica em relação à garantia física, cujo cálculo é feito mensalmente pela CCEE.
Em junho, atingiu-se uma geração de 90% em relação às Garantias Físicas para o ano de 2024:
Os custos decorrentes da manutenção da confiabilidade e da estabilidade do sistema no atendimento à demanda por energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) são denominados Encargos de Serviço do Sistema (ESS). Estes valores são pagos por todos agentes com medição de consumo registrada na CCEE, na proporção de seu consumo. Os ESS são expressos em R$/MWh.
No mês de junho/2024, somando os Encargos de Serviço do Sistema, dentre as Restrições Operativas e as de Segurança Energética, obteve-se um total de, praticamente, R$ 0,3 milhões. Acompanhe como este resultado se solidificou:
Climatologicamente, as chuvas diminuem em grande parte da Região Norte. Nas cidades de Manaus-AM e Belém-PA, a média climatológica é igual a 229 mm e 424 mm, respectivamente. Na Região Nordeste, ainda chove entre o leste do Rio Grande do Norte e a Bahia, devido principalmente ao efeito de brisa e à ocorrência de Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL).
Neste trimestre, praticamente não chove em grande parte do Piauí e no oeste da Bahia. No Centro-Oeste, a redução climatológica das chuvas implica no aumento do número de focos de calor e baixos valores de umidade relativa do ar. No Sudeste, as chuvas são bastante escassas, com baixos valores de umidade relativa do ar no oeste de São Paulo e Minas Gerais. Na Região Sul, as chuvas decorrem principalmente da rápida passagem dos sistemas frontais, variando entre 300 mm e 500 mm no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A entrada de massas de ar frio aumenta neste trimestre, causando declínio de temperatura principalmente nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e no sul da Região Norte, onde se verifica o fenômeno de friagem. As temperaturas mínimas podem atingir valores abaixo de 0ºC em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, com ocorrência de nevoeiros, geadas e, em alguns episódios extremos, precipitação de neve.
As climatologias de precipitação e temperaturas máxima e mínima, no Brasil, são mostradas a seguir:
Previsão de escassez de chuvas e inverno com temperaturas mais altas motivam acionamento de térmicas, impactando os custos da operação do sistema elétrico
A bandeira tarifária para o mês de julho será amarela em razão de condições menos favoráveis para geração de energia no País. Com esse acionamento, as tarifas dos consumidores serão acrescidas em R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Esse é o valor aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em março deste ano, quando houve redução de 37% do valor da bandeira amarela, caindo de R$2,989/KWh para R$1,885/KWh.
A bandeira amarela foi acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e pela expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período. Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais. Portanto, os fatores que acionaram a bandeira amarela foram o GSF (risco hidrológico) e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), visto que atualmente não há despacho fora da ordem do mérito (GFOM) decidido pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
Essa é a primeira alteração na bandeira desde abril de 2022. Ao todo, foram 26 meses com bandeira verde. Para exemplificar, com a bandeira amarela, uma conta de luz de R$ 100 passaria para R$ 102,6 com esse acionamento. Com o sistema de bandeiras, o consumidor consegue fazer escolhas de consumo que contribuem para reduzir os custos de operação do sistema, reduzindo a necessidade de acionar termelétricas. Antes das bandeiras, o repasse desses custos de operação era feito apenas nos reajustes tarifários anuais, o consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um sinal para reagir a um preço mais alto. Dessa forma, o consumidor ganha um papel mais ativo na definição de sua conta de energia. Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta.
Com o acionamento da bandeira amarela, a vigilância quanto ao uso responsável da energia elétrica é fundamental. A orientação é para utilizar a energia de forma consciente e evitar desperdícios que prejudicam o meio ambiente e afetam a sustentabilidade do setor elétrico como um todo. A economia de energia é essencial para a preservação dos recursos naturais.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL em 2015 para indicar, aos consumidores, os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis, bem como o acionamento de fontes de geração mais caras como as termelétricas.
No mês de junho, 27 usinas entraram em operação e trouxe ampliação de 889,51 MW
Os primeiros seis meses de 2024 já demonstram que, a exemplo de 2023, este será um ano de grande avanço para a matriz elétrica brasileira. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o país concluiu o primeiro semestre com 168 novas usinas e um incremento de 5,6 gigawatts (GW) na potência instalada.
O mês de junho respondeu por um aumento de 889,51 megawatts (MW) e a entrada em operação de 27 usinas, sendo 13 eólicas, 10 fotovoltaicas e 4 termelétricas.
Atualmente as três maiores fontes renováveis que compõem a matriz de energia elétrica brasileira são Hídrica (53,88%), Eólica (15,22%) e Biomassa (8,31%). Já das fontes não renováveis, as maiores são Gás Natural (8,78%), Petróleo (3,92%) e Carvão Mineral (1,7%).
Conforme já anunciado pela ANEEL, a previsão de crescimento da geração de energia elétrica do país para 2024 é de 10,1 GW. Este será o segundo maior avanço anual já verificado pela Agência desde sua criação em 1997 – atrás apenas do crescimento de 10,3 GW em 2023.
O Brasil somou 203.895,63 MW de potência fiscalizada até o início de julho, de acordo com dados do Sistema de Informações de Geração da ANEEL, o SIGA, atualizado diariamente com dados de usinas em operação e de empreendimentos outorgados em fase de construção. Desse total em operação, ainda de acordo com o SIGA, 84,62% das usinas são consideradas renováveis.
Outras informações sobre o acompanhamento da expansão da oferta de geração estão disponíveis em painéis interativos em: https://www.gov.br/aneel/pt-br/assuntos/geracao/expansao-da-oferta. Esses painéis, atualizados mensalmente, mostram a previsão para a entrada de novas unidades geradoras para os próximos anos. Eles trazem ainda um histórico da expansão da geração desde a criação da ANEEL (1997). Além dos painéis, também está disponível a base de dados com informações de previsão e acompanhamento de obras dos empreendimentos outorgados para construção.
As entrevistas serão feitas de 9 de julho a 18 de outubro
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou nesta sexta-feira (5/7) a lista dos 637 municípios em que serão aplicadas 28.619 entrevistas para saber qual a satisfação dos consumidores residenciais em relação à prestação de serviços de 103 distribuidoras de energia elétrica. O objetivo é conhecer a percepção do consumidor e estimular a melhoria contínua dos serviços.
Esta é a 25ª edição da pesquisa que gera o índice ANEEL de Satisfação do Consumidor (IASC). As empresas mais bem avaliadas receberão o Prêmio ANEEL de Satisfação do Consumidor, para destacar as distribuidoras mais eficientes na visão dos clientes. Essas distribuidoras premiadas poderão usar o Selo de Qualidade, como material de divulgação.
Os municípios participantes foram definidos em sorteio feito através de plataforma virtual (Microsoft Teams), no dia 7 de maio último. Consulte aqui lista de todos os municípios sorteados. Veja também o mapa com a visualização da distribuição desses municípios por todo o território nacional e o questionário que será aplicado.
Quanto à coleta nos municípios sorteados para as distribuidoras do Rio Grande do Sul, a ANEEL avaliará o melhor momento para iniciar a pesquisa por conta da quantidade de municípios em estado de calamidade e em situação de emergência.
A pesquisa será desenvolvida pela empresa contratada Qualitest Inteligência em Pesquisa, cujos entrevistadores estarão devidamente identificados com crachá, uniforme e em veículos com a logomarca da empresa.
Até 2025, 27.162 empresas devem migrar para o ambiente de contratação livre. O dado é da Agência Nacional de Energia Elétrica e conta com informações atualizadas até o dia 30 de junho.
Empresas de menor porte são maioria nesse processo de mudança, correspondendo a 95% (25.867 unidades consumidoras), com demanda menor de 500 kW. Essas empresas passaram a ter o direito de escolher o fornecedor de energia desde a publicação da Portaria 50/2022 do Ministério de Minas e Energia.
A portaria concedeu desde janeiro de 2024 o direito de escolha do fornecedor de energia a todos os consumidores do Grupo A, na alta e média tensão. Antes disso, apenas consumidores com demanda maior do que 500 kW, o equivalente a uma conta de luz média de R$ 140 mil, estavam autorizados a migrar ao mercado livre de energia.
Agora, os empreendimentos de menor porte, com contas de luz acima de R$ 10 mil, ganharam o mesmo direito. O Grupo A tem cerca de 202 mil unidades consumidoras, principalmente empresas, que recebem energia em média e alta tensão. Dessas, mais de 48 mil já migraram para o mercado livre de energia.
A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia tem defendido a abertura completa do mercado de energia, definindo como a política pública mais democrática para reduzir as tarifas para todos os consumidores brasileiros.
De acordo com o presidente da Abraceel, Rodrigo Ferreira, no mercado livre de energia, o consumidor residencial ou empresarial, o consumidor de maior ou de menor porte, indistintamente, passa a ter acesso a preços mais baixos, melhores serviços, inovação, eficiência e sustentabilidade.
Fontes: AGENCIA SENADO – ANEEL – ABRAPCH – CANAL NEGÓCIOS – CANAL ENERGIA – CNN – ESTADÃO – EXAME – FOLHA – GAZETA DO POVO – OCESC – INFOCLIMA – ONS – MME – NSC TOTAL – PORTAL G1 – PORTAL GLOBO.COM – REVISTA VEJA – VALOR ECONÔMICO
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