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Informativo Enermerco 2303

O Informativo Enermerco (edição de março) é um compilado das informações mais relevantes do mercado de energia do período, exclusivamente elaborado para o seu acompanhamento mensal.


Mercado de Energia x Tendência do PLD

No início do mês de abril verificamos uma forte atuação de uma ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) na região norte e em parte da região nordeste. A influência deste sistema resultou em volumes expressivos de precipitação, ocasionando transtornos e enchentes em várias cidades das regiões afetadas. Devemos destacar que, o grande volume pluviométrico registrado nas localidades, possibilitou a manutenção dos níveis de água nos reservatórios do SIN (Sistema Nacional Interligado). Essa forte atuação do sistema (ZCIT) interferiu diretamente na geração eólica e fotovoltaica, mantendo em estabilidade sua geração. Na primeira quinzena do mês os bons volumes de chuvas registrados em parte do centro oeste brasileiro, tal qual os volumes expressivos de chuva no sul e sudeste, onde a passagem de frentes frias trouxe precipitações importantes ao sistema. Já na segunda quinzena, a passagem de uma nova frente fria fara com que a temperatura despenque no sul e em parte do sudeste. Esta trará com ela dias típicos do outono, com temperaturas amenas na madrugada e dias ensolarados com temperaturas agradáveis.

Atualmente o armazenamento do Sistema Interligado Nacional apresenta um cenário muito positivo.  Mesmo com o fim do período úmido, a previsão é de que a manutenção dos níveis dos reservatórios continue em estabilidade. As previsões indicam pouca oscilação dos níveis, confirmando o ótimo momento hidrológico do país.

Tratando-se de exportação, o excelente momento hidrológico brasileiro possibilitou a exportação de energia aos países vizinhos. Cenário que para muitos parecia ser algo difícil de acontecer, hoje mostra a evolução da programação e planejamento energético nacional. Argentina e Uruguai, somam quantias expressivas de compra de energia elétrica brasileira, ampliando os horizontes comercias entre os países.

Outra notícia de suma importância é o fim da La Niña (Fenômeno oceânico-atmosférico que é caracterizado pelo resfriamento das águas do oceano pacífico), que após três anos de influência tem seu ciclo encerrado, ou seja, com a confirmação do aquecimento do oceano pacífico, observaremos a chegada do fenômeno El Niño, que consiste no aquecimento das águas da região da linha do equador do oceano pacífico. Este é caraterizado por trazer grandes volumes de precipitação para o sul brasileiro e estiagem à região nordeste e norte. As configurações iniciais do fenômeno mostram uma condição muito similar a evidenciada no ano de 1983, quando tivemos grandes volumes de chuva para região sul e sudeste.

O valor médio mensal de março, ficou assim estabelecido:

SE/COSNEN
PLD Médio Mensal69,0469,0469,0469,04

Para o mês de abril, assim como de março, a bandeira estabelecida foi a VERDE, com condições favoráveis à geração de energia.

Pierro Campestrini – Diretor da Enermerco

 

Geração e Consumo

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, divulgou no final de setembro, novos comparativos de geração e consumo no SIN – Sistema Interligado Nacional.

O Sistema Interligado Nacional é o sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil, sendo um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, com predominância de usinas hidrelétricas e com diversos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte. Em comparação ao mesmo período de 2022, temos acréscimos no consumo (2,3%) e na geração (3,5%):

 

Geração por Fonte de Energia

As fontes de geração, acima demonstradas, mostram parte do panorama da produção nacional. Em relação à comparação da geração com o mesmo período do ano anterior, constata-se um leve aumento na geração da energia hidráulica (praticamente 4%). Com isso, a geração térmica decaiu consideravelmente. Já a geração eólica cresceu quase 16%.

 

ENA, MLT e Nível dos Reservatórios

No mapa de Energia Natural Afluente do SIN, observamos os percentis da ENA em todos os Submercados. Trata-se de mais um parâmetro de operação do SIN – Sistema Interligado Nacional, que o ONS – Operador Nacional do Sistema, monitora para gerenciar a geração de energia elétrica do país.

No gráfico a seguir, temos a ENA acumulada do mês anterior, em cada submercado:

 Historicamente, este cenário nos dá o seguinte panorama:

Fator de Ajuste de MRE

O Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) é um mecanismo financeiro que visa o compartilhamento dos riscos hidrológicos que afetam os agentes de geração, buscando garantir a otimização dos recursos hidrelétricos do Sistema Interligado Nacional (SIN). Para verificar a quantidade de energia produzida em relação à garantia física das usinas pertencentes ao MRE, foi criado o Fator de Ajuste da Garantia Física, ou Generation Scaling Factor – GSF. Ele mede a geração hidráulica em relação à garantia física, cujo cálculo é feito mensalmente pela CCEE.

Em março, atingiu-se uma geração de 101,1% em relação às Garantias Físicas para o ano de 2023:

 

Encargos de Sistema (ESS, ESE, CDE)

Os custos decorrentes da manutenção da confiabilidade e da estabilidade do sistema no atendimento à demanda por energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) são denominados Encargos de Serviço do Sistema (ESS). Estes valores são pagos por todos agentes com medição de consumo registrada na CCEE, na proporção de seu consumo. Os ESS são expressos em R$/MWh.

No mês de março/2023, somando os Encargos de Serviço do Sistema, dentre as Restrições Operativas e as de Segurança Energética, obteve-se um total de R$ 0 milhões. Acompanhe como este resultado se solidificou:

 

Previsão Climatológica Trimestral

Climatologicamente, este trimestre caracteriza-se pelos elevados totais de chuva no extremo norte da Região Norte. As Regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentam uma diminuição gradativa da precipitação. Historicamente, também há incursão de massas de ar frio que causam declínio acentuado de temperatura em particular nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e, por vezes, podem favorecer a formação de geadas, especialmente nas regiões serranas. Outra característica bastante comum nesta época do ano é a umidade relativa do ar alta (cerca de 98%) nas primeiras horas da manhã, favorecendo a formação de nevoeiros. No período da tarde, a umidade diminui consideravelmente, atingindo um valor médio igual a 50%. As temperaturas diminuem gradativamente no sul do País, devido à maior intensidade das massas de ar frio que atuam na retaguarda dos sistemas frontais, especialmente no leste de Santa Catarina. As climatologias de precipitação e temperaturas máxima e mínima, no Brasil, são mostradas a seguir:

ANEEL anuncia bandeira verde para o mês de abril

Bandeira é mantida verde desde abril de 2022 e a expectativa é que continue verde durante todo o ano de 2023

A bandeira tarifária para o mês de abril de 2023 continuará verde. Com condições favoráveis para a geração no País, a sinalização indica que não haverá custo adicional nas contas de energia elétrica dos consumidores, cenário que permanece desde abril de 2022.

A bandeira verde, válida para todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional (SIN), reflete a melhoria dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, beneficiados com o período de chuvas.  O SIN é a malha de linhas de transmissão de energia elétrica que conecta as usinas aos consumidores.

A ANEEL atualiza constantemente suas projeções de acionamento das bandeiras tarifárias e, com os dados até aqui realizados, se considera bastante provável o acionamento da bandeira verde para todo o ano de 2023.

Cenário favorável

A oferta abundante de recursos de origem hidráulica tem proporcionado condições favoráveis para a produção de energia no país. Em 28 março de 2023, o SIN atingiu o nível de 85,1% de armazenamento e os principais reservatórios do país ainda apresentam tendência de elevação, diante da manutenção do aporte de energia hidráulica em patamares igualmente elevados.

A previsão é de que o período úmido se encerre com alto grau de armazenamento nas hidrelétricas (patamares próximos a 90%). Essa condição traz uma perspectiva otimista para a composição da oferta de energia também durante o período seco. O mecanismo das bandeiras tarifárias, criado em 2015, tem o objetivo de propiciar transparência ao custo real da energia. 

Mercado de Curto Prazo do setor elétrico movimenta R$ 563 milhões

Operação realizada pela CCEE registrou R$ 948 milhões ainda represados por conta da judicialização do risco hidrológico

O Mercado de Curto Prazo (MCP) do setor elétrico brasileiro liquidou R$ 562,6 milhões nas operações referentes a fevereiro de 2023, do total de R$ 1,68 bilhão contabilizado. No processamento, realizado mensalmente, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE registrou R$ 948 milhões ainda represados por conta de liminares contra o pagamento do risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês) no mercado livre. 

Os parcelamentos, inclusive aqueles vinculados ao pagamento dos débitos abertos após a repactuação do GSF, passaram a responder por R$ 167 milhões e a inadimplência efetiva somou R$ 760 mil.

Os agentes que possuem decisões judiciais vigentes para não participarem do rateio da inadimplência advinda das liminares de GSF perceberam adimplência próxima a 89%. Aqueles que seguem amparados por decisões que impõem o pagamento proporcional verificaram uma adimplência em torno de 27%. Os credores que não possuem liminares receberam cerca de 26% de seus créditos.

Lula promete acelerar a transição energética

Em balanço dos 100 dias de governo, presidente anunciou a contratação de mais energia eólica e solar, casada com a ampliação da rede de transmissão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou durante a cerimônia de balanço dos 100 dias de governo que a transição energética será acelerada. O governo, segundo Lula, vai lançar editais para contratação de energia solar e eólica em montantes equivalentes à capacidade de geração das maiores usinas hidrelétricas do país, além de leilões de transmissão que irão tornar ainda mais rápida e atrativa a implantação desses parques de energia limpa.

Fonte: Ricardo Stuckert/PR

“E não perderemos a oportunidade de nos tornarmos uma potência global do hidrogênio verde”, completou em discurso nesta segunda-feira, 10 de abril. Lula também reforçou o papel da Petrobras na transição, anunciando que a empresa vai financiar a pesquisa de novos combustíveis renováveis, além de retomar o papel de protagonista nos investimentos, ampliando a frota de navios da subsidiária Transpetro e gerando emprego nos estaleiros nacionais.

A transição energética é um dos seis eixos do programa de investimentos estratégicos em infraestrutura, que deve funcionar nos moldes do antigo Programa de Aceleração do Crescimento e baseado também na experiência do programa de concessões. Os outros eixos são transportes, infraestrutura social, inclusão digital e conectividade, infraestrutura urbana e água para todos.

Uma das preocupações em relação à expansão da geração de fontes renováveis é que ela venha acompanhada da ampliação simultânea da capacidade de escoamento dessa energia. “Nós temos casos em que a energia estava sendo produzida e a gente não tinha linha de transmissão. Eu poderia lembrar, se não me falha a memória, [as hidrelétricas do rio] Madeira, Santo Antônio e Jirau, em que a gente tinha que fazer uma linha de transmissão para Araraquara, em São Paulo. E, na execução dos projetos, teve tanto problema, teve tanto empecilho, que ficaram prontas as duas hidrelétricas e a gente não tinha a rede de transmissão ainda pronta para trazer [essa energia]”, disse Lula, acrescentando que isso não pode acontecer no atual mandato.

Lula frisou que sempre considerou a Petrobras mais do que uma empresa de petróleo. Destacou o papel da estatal como companhia de energia e disse que, historicamente, a Petrobras foi a empresa que mais investiu em pesquisa e inovação no país, a exemplo da descoberta do pré-sal, que foi resultado de bilhões em investimentos.

De acordo com o presidente, o país retomou nos primeiros três meses a capacidade de planejamento de longo prazo, que será traduzido em um grande programa que trará de volta o papel do setor público como indutor do investimento estratégico em infraestrutura. A proposta prevê a retomada de obras paradas e acelerar as que estão em ritmo lento, além de selecionar novos investimentos de caráter estratégico em todo o país.

O governo recebeu uma lista de obras prioritárias dos governos estaduais, e os ministérios estão identificando outros investimentos estruturantes, para fechar uma lista definitiva que será divulgada no início de maio. Além dos empreendimentos contemplados no programa, também serão definidos os mecanismos de financiamento para que eles saiam rapidamente do papel.

Articularemos ainda com mais eficiência os investimentos públicos e privados e os financiamentos dos bancos oficiais em uma mesma direção: a do desenvolvimento com inclusão social e sensibilidade ambiental,” disse Lula. Ele destacou ainda que a mudança para uma economia de baixo carbono será tratada como estratégia de desenvolvimento do país, e a estrutura produtiva nacional passará por uma reindustrialização verde e digital.

Prometeu que o Brasil vai voltar a ser referência mundial de sustentabilidade e enfrentamento das mudanças climáticas, além de cumprir as metas de redução das emissões com o desmatamento zero até 2030 na Amazônia e o combate ao desmatamento nos demais biomas. Ações voltadas para a mitigação das mudanças do clima também serão adotadas nos centros urbanos, com ações de redução de carbono na mobilidade e na construção civil.

ONS projeta carga de abril estável em relação a 2022

Sete dias atrás a perspectiva era de crescimento de 2,7% na comparação com o mesmo período do ano passado

O Destaque na segunda revisão semanal do PMO de abril é a projeção de carga que voltou a recuar ante o cálculo de sete dias atrás. Agora a expectativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico é de estabilidade ante um índice de crescimento de 2,7% estimado na semana passada. Pesou nessa projeção a revisão da carga no Sudeste/Centro-Oeste que passou de alta de 0,3% para queda de 2,9% na comparação com abril de 2022.

No Nordeste está o outro índice negativo, de 1,4%. No Sul é esperado um crescimento de 4,9% e no Norte uma expansão um pouco menos expressiva passou de alta de 15% para 14,4%.

Já a previsão de vazões para o final de abril mostra um país bastante diferente. Em termos de volume esperado, o Norte e o SE/CO apresentam os maiores montantes em MW médios e índices proporcionais com 108% e 96% da média de longo termo. No Sul a previsão é de 79% e no NE apenas 36% da MLT.

Assim, a projeção para o final de abril aponta níveis de reservatórios acima de 80% em todo o país. O mais elevado continua no Norte com 99,9% do volume em energia armazenada. Depois vem o NE com 90%, seguido pelo SE/CO com 87,1% e o Sul com 82,9% do total.

Dessa forma, o custo marginal de operação é mais uma vez zero em todo o país, o que leva a um despacho térmico apenas por inflexibilidade declarada. Essa semana operativa que começa no sábado, 15 de abril, indica uma previsão de 4.508 MW médios.

Em termos de meteorologia, o ONS reportou que na semana que termina nesta sexta-feira, 14, houve chuva fraca nas bacias dos rios Tietê, Paraíba do Sul, Grande, Paranaíba, Jacuí, Uruguai e Iguaçu, no trecho montante a UHE Três Marias e na incremental à UHE Itaipu.

Já para os próximos sete dias dever ocorrer chuva fraca à moderada nas bacias dos rios Iguaçu, Paranapanema e na incremental a UHE Itaipu e precipitação de intensidade fraca no Jacuí, Uruguai, Tietê, Grande e na calha principal do Paraná. E aponta que as bacias hidrográficas da região Norte apresentam pancadas de chuva em pontos isolados, com totais de precipitação abaixo da média semanal.

Fontes: AGENCIA SENADO – ANEEL – ABRAPCH – CANAL NEGÓCIOS – CANAL ENERGIA –  CNN – ESTADÃO – EXAME – FOLHA – GAZETA DO POVO – OCESC – INFOCLIMA – ONS – MME – NSC TOTAL – PORTAL G1 – PORTAL GLOBO.COM – REVISTA VEJA – VALOR ECONÔMICO

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