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Conta de luz terá reajuste maior este ano; entenda as razões

Entre as contas que serão mais caras este ano em função da pandemia, inflação alta e do dólar está a de energia. O reajuste médio no país será de 13%, estima a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas consultorias projetam um pouco mais, perto de 15%. A Celesc, distribuidora de energia de Santa Catarina, terá a revisão tarifária em agosto, por isso prefere não se pronunciar agora. Ao consumidor, além de economizar, é preciso esperar que o governo federal faça uma compensação com valores relativos à retirada do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins. Nesse caso, a alta média recuaria de 13% para 8%.

O presidente da Associação dos Produtores de Energia de SC (Apesc), Gerson Berti, explica as várias razões da alta maior este ano. Segundo ele, boa parte do aumento acima da média virá de despesas do ano passado que foram empurradas para este ano. A lista inclui repasse da inflação para as empresas de transmissão que soma conta da ordem de R$ 4 bilhões, dívida de R$ 3 bilhões de bandeiras tarifárias não aplicada no ano passado devido à Covid-19, custos maiores da energia de Itaipu por ser dolarizada e também início do pagamento do empréstimo de R$ 15 bilhões feito ao setor no ano passado para pagar perdas causadas pela pandemia.

– O ano 2021 chegou não muito diferente. Temos a pressão dos preços administrados que têm cobertura cambial e cobertura da inflação que vai, inexoravelmente, ter que ser repassada às tarifas. Tivemos no IGPM uma alta muito forte, de 23,14% e temos também uma pressão cambial que afeta a tarifa de Itaipu, que não foi integralmente repassada no preço em 2020 – diz Gerson Berti.

No ano passado, a tarifa da Celesc teve reajuste médio de 8,14% e chegou a ter a cobrança postergada alguns meses pela Justiça em função da pandemia. A companhia informou para a coluna que muitas são as variáveis que devem compor o reajuste tarifário de energia elétrica este ano. Vão desde o maior uso de termelétricas até o câmbio.

-Este ano haverá uma revisão tarifária. A revisão acontece a cada 5 anos. Isso só acontece em agosto e, até lá, podem ocorrer muitas mudanças. A revisão tarifária é um processo onde todos os ativos da distribuidora e custos operacionais são revisitados – explicou a Celesc em nota para a coluna, justificando a decisão de não falar para a imprensa agora sobre reajustes.

A conta que chega ao consumidor reúne todos os custos da cadeia do setor. Inclui o valor da geração, transporte e distribuição, além de encargos setoriais e impostos. Do total do valo pago, o custo de distribuição, que é gerenciável pela Celesc, representa cerca de 14%.

Entre as alternativas para economizar energia elétrica em casa estão o uso de lâmpadas de LED, evitar ligar o ar condicionado, optar por eletrodomésticos que consomem menos energia e desligar equipamentos e lâmpadas que não estão sendo usados. Outra opção, que exige um investimento, é instalar uma usina solar em casa.

Na avaliação do presidente da Apesc, o Brasil precisa revisar o atual modelo energético brasileiro, que, para atrair investimentos, oferece muitas garantias aos investidores, o que acaba gerando em tarifas mais caras para a população. Para Berti, uma das distorções ocorre no uso de indexadores. O IGPM, por exemplo, que reajusta o setor de transmissão de energia, será aplicado na tarifa, mas a empresa não teve uma despesa de 23,14% no ano passado, que é a variação do índice. Outros contratos são reajustados pelo IPCA, que também força indexação, leva à inflação futura e aumento dos custos para os consumidores.

Fonte: NSCTotal