Equipe de Bolsonaro quer antecipar mudanças no setor elétrico
17/11/2018
Informativo Enermerco 1811
27/11/2018
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Fundador da Localiza cuidará de privatizações

Empresário Salim Mattar, amigo de Paulo Guedes, que vai assumir a Secretaria de Desestatização, nunca trabalhou no setor público. Ele chegou a ser convidado pelo Partido Novo para disputar o governo de Minas, mas recusou
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, escolheu o empresário mineiro Salim Mattar para o comando de uma das secretarias mais importantes do governo Jair Bolsonaro: a de Desestatização. A estrutura será criada sob o guarda-chuvada pasta de Guedes, que prepara um extenso programa de venda de empresas públicas. Salim, no entanto, nunca trabalhou no setor público e não tem experiência em privatizações. Além da amizade de longa data com Guedes, pesou na escolha o fato de o futuro secretário ter um perfil liberal como o ministro. Salim Mattar é fundador da Localiza, maior rede de aluguel de carros da América do Sul e um dos donos da seguradora Pottencial, líder no mercado de seguro-garantia. Também é sócio e administrador do Haras Sahara e acionista da OMNI Táxi Áereo. Segundo pessoas próximas, o conhecimento adquirido nos negócios, sobretudo em processos de fusão e abertura de capital de suas empresas, poderá ajudá-lo na nova missão.

DOAÇÕES AO DEM E PFL

Ele chegou a ser convidado pelo Partido Novo para disputar o governo de Minas, mas recusou, e a legenda emplacou Romeu Zema. O executivo é um homem próximo da política. Foi o quarto maior doador das eleições deste ano, tendo repassado um total de R$ 2,9 milhões para 28 candidatos de vários partidos, incluindo o PSL (do presidente eleito Jair Bolsonaro). Entre os contemplados estão o novo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM, R$ 100 mil) seu filho Rodrigo Lorenzoni (DEM, R$ 50 mil) e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM, R$ 200 mil). O principal agraciado com as doações de Matta foi Zema, que recebeu R$ 700 mil.

O novo secretário se formou em administração de empresas pela Fumec em 1976. Antes, já tocava a Localiza, fundada em 1973, quando o empresário começou sua carreira de empreendedor. Em 2013, ele deixou o comando direto da companhia, passando ao Conselho de Administração. Em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ontem, ele informou que apresentará seu pedido de renúncia do Conselho em 13 de dezembro. No documento, o empresário confirma que aceitou o convite de Guedes e diz que, agora, vai se dedicar à nova função. “Aos meus 70 anos, me dedicarei à vida pública, juntando-me ao novo governo e colaborando com os conhecimentos adquiridos ao longo de minha exitosa carreira empreendedora para construir um país melhor”. O Ministério do Planejamento divulgou, ontem, os resultados da terceira avaliação sobre a governança das estatais, instrumento de acompanhamento contínuo das empresas federais de controle direto da União. De 0 a 10, a nota média das empresas analisadas foi 7. No total, 54 estatais passaram pela avaliação. Dessas, 20 ficaram com o índice abaixo da média.

Entre as principais estatais, ainda falta definir o comando da Eletrobras. A equipe do governo de transição conversou com o atual presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr, mas nenhum convite foi feito, segundo pessoas próximas ao executivo. Ele é um dos principais responsáveis pelo projeto de privatização da empresa e de sua reestruturação. Na conversa, ele relatou os desafios da empresa, como a privatização de suas distribuidoras. (Colaboraram: Mateus Coutinho e Manoel Ventura)

Fonte: Canal Energia